terça-feira, 14 de julho de 2015
A banhos no Estoril
Hoje o "tour" no comboio da linha levou-me a descer na estação do Estoril que para um estrangeiro soa melhor do que Sto António do Estoril. Lugar onde no início do séc.XX, muito poucas edificações existiam para além da Igreja de Sto António e de uma pequena estância termal de águas sulfurosas situada a nascente de uma praia menos abrigada numa baía sobre um vale com uma vasta extensão de pinheiros mansos.
O Estoril foi projectado e planeado de raíz em função de um novo conceito de lazer para aqueles que gostavam e podiam ir "dar uma volta" (take a tour) ou seja fazer turismo, regalo ao alcance de uma burguesia abastada do princípio do século XX.
A industria do turismo em Portugal começa assim aqui, num lugar de excelência entre Cascais e Lisboa, com um clima e uma situação geográfica perfeita, que podia ser estância de inverno ou de verão. Construiu-se o que tinha sido traçado, decretaram-se para o efeito incentivos fiscais espécie de “Golden Visa,” desse tempo, adoptaram-se miscelâneas de estilos e tiques arquitectónicos trazidos dos Alpes e das zonas costeiras italianas ou francesas revivalismos fantasiosos que misturaram estilos de castelos e palacetes germânicos com aquilo que se pensava ser uma arquitectura típica nacional. Tudo valeu num exercício de gosto eventualmente duvidoso, mas urgente para fazer com que o “tour” turístico europeu naquele tempo passa-se também por aqui, como afinal acabou por acontecer num período áureo em que a estação do Estoril chegou a ser o terminal do Sud Express.
O turista hoje fui eu, que como outros confessa o prazer que tem no olhar romântico e nostálgico dessa arquitectura fingida de outros tempos de veraneio da nossa Reviera.
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