Com o calor que está a nossa memória fica mais curta.
Já ninguém se lembra das tormentas passadas neste inverno. Houve meses em que de manhã quando abria o estores não tinha mais esperanças de ver uma nesga de céu azul!
Este talvez tenha sido o dia de sol de todo dezembro, que aqui entrava a rasar as colunas do Terreiro do Paço direitinho ao Martinho da Arcada.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Quem se aventurar pela Mouraria a cima direito à Costa do Castelo como quem vai para a Graça, de certo que passa por ali.
Fica num sinuoso entroncar de caminhos desnivelados, onde de um pequeno pátio conseguimos ver a parte de cima do 28, quando inicia a descida ao Martim Moniz.
Os turistas inevitavelmente acabam por lá caír, o pátio fica na rota da voltinha do Castelo, inevitavelmente os pratos têm a falta de qualidade a condizer com as circunstancias do roteiro, mas salva-se tudo o resto.
Este grupo de turistas franceses nem dá pelo tesouro do som ambiente que nos faz viajar no tempo, por cima de uns artigos expostos para consumo da casa está um pequeno rádio de baixa fidelidade sintonizado em onda média. O som abafado parece vir lá mesmo do fundo.
Enquanto almoçava por ali passaram a Hermínia, o Max e a Rosinha dos limões, o Toni de Matos a Dona Amália, o Marceneiro
e a Tonicha, há quanto tempo!
Fica num sinuoso entroncar de caminhos desnivelados, onde de um pequeno pátio conseguimos ver a parte de cima do 28, quando inicia a descida ao Martim Moniz.
Os turistas inevitavelmente acabam por lá caír, o pátio fica na rota da voltinha do Castelo, inevitavelmente os pratos têm a falta de qualidade a condizer com as circunstancias do roteiro, mas salva-se tudo o resto.
Este grupo de turistas franceses nem dá pelo tesouro do som ambiente que nos faz viajar no tempo, por cima de uns artigos expostos para consumo da casa está um pequeno rádio de baixa fidelidade sintonizado em onda média. O som abafado parece vir lá mesmo do fundo.
Enquanto almoçava por ali passaram a Hermínia, o Max e a Rosinha dos limões, o Toni de Matos a Dona Amália, o Marceneiro
e a Tonicha, há quanto tempo!
quinta-feira, 21 de maio de 2009
O desfasamento temporal das minhas "postagens" são de tal modo que o Cais das Colunas que tinha regressado ao Terreiro do Paço no dia que fiz este desenho já não estão lá outra vez! Devem ser um estorvo às obras, e como as obras ali nunca param por muito tempo temos sempre assegurado este vai e vai do Cais das Colunas.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
A senhora lá do fundo que mal se vê no desenho dizia em voz alta:
Você pensa que eu não vi, mas eu vi muito bem que você me esteve a desenhar!
Sim e não foi só a mim, foi a mim àquele senhor do chapéu, foi esta senhora, foi este senhor aqui, que eu também vi, olhe que eu também sou artista e sei muito bem como é que é?
Quer que eu chame a polícia!...
_Até aqui ainda não tinha percebido se a senhora achava piada aos desenhos ou não, quando falou que era artista... pensei que tinha uma admiradora, mas quando disse que chamava a polícia...
_ Você não sabe que o que está a fazer é proibido! Eu posso lhe pôr um processo! Sabia disso? Ora diga lá como se chama?
_Procurei não dar ouvidos enquanto as cabeças dos passageiros que estavam de costas procuravam afinal quem era o fora da lei?
_ Sim você aí, foi esse senhor, desenhou-nos a todos!!!
Depois de ter sido identificado, repostei...
_ Oh, oh minha senhora não esteja a ser ridícula, eu posso desenhar onde me apetecer!
Nesse momento a senhora sentiu necessidade de organizar o seu exército, e em tom de campanha começou sem grande sucesso a tentar encontrar adeptos à sua causa, dirigindo olhares de convicção às pessoas que se sentavam por perto, até que o passageiro à sua frente se vira para trás e num bom tom de voz desarmou a senhora...
_ OH! MINHA SENHORA FALE POR SI!.. Não esteja a olhar para mim... fale por si!
A senhora meteu a viola no saco, saiu de "fininho" na estação antes da minha e quando passou por mim ainda sussurrou...
Eu sei muito bem... eu também sou artista!
Você pensa que eu não vi, mas eu vi muito bem que você me esteve a desenhar!
Sim e não foi só a mim, foi a mim àquele senhor do chapéu, foi esta senhora, foi este senhor aqui, que eu também vi, olhe que eu também sou artista e sei muito bem como é que é?
Quer que eu chame a polícia!...
_Até aqui ainda não tinha percebido se a senhora achava piada aos desenhos ou não, quando falou que era artista... pensei que tinha uma admiradora, mas quando disse que chamava a polícia...
_ Você não sabe que o que está a fazer é proibido! Eu posso lhe pôr um processo! Sabia disso? Ora diga lá como se chama?
_Procurei não dar ouvidos enquanto as cabeças dos passageiros que estavam de costas procuravam afinal quem era o fora da lei?
_ Sim você aí, foi esse senhor, desenhou-nos a todos!!!
Depois de ter sido identificado, repostei...
_ Oh, oh minha senhora não esteja a ser ridícula, eu posso desenhar onde me apetecer!
Nesse momento a senhora sentiu necessidade de organizar o seu exército, e em tom de campanha começou sem grande sucesso a tentar encontrar adeptos à sua causa, dirigindo olhares de convicção às pessoas que se sentavam por perto, até que o passageiro à sua frente se vira para trás e num bom tom de voz desarmou a senhora...
_ OH! MINHA SENHORA FALE POR SI!.. Não esteja a olhar para mim... fale por si!
A senhora meteu a viola no saco, saiu de "fininho" na estação antes da minha e quando passou por mim ainda sussurrou...
Eu sei muito bem... eu também sou artista!
terça-feira, 12 de maio de 2009
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Fazia exactamente 30 anos que não passava ali.
Tinha então 12 anos quando passei umas mini férias num aldeamento que ficava algures no meio de um campo de amendoeiras e alfarrobeiras a poucos kilometros da Falésia.
Lembro-me ter sido entre essas alfarrobeiras e os pinheiros que se abeiravam da Falésia, que dei o meu primeiro de um dos poucos galopes a cavalo. Nunca mais esqueço a sensação de planar sobre uma sela na corrida que fizemos até à praia.
A Aldeia das Açoteias tinha um centro de congressos com uma torre de arquitectura estranha, que se erguia sobre as copas dos pinheiros mansos e que me parecia maior que uma catedral.
Foi difícil encontrar a entrada desse aldeamento, a torre do centro de congressos hoje deixado ao abandono parece agora do tamanho da casota de um cão, cresceram paredes e varandas de betão, esconderam as açoteias, não pouparam nem figueiras, nem alfarrobeiras, restam alguns pinheiros que compõem e dão um nome pomposo, agora em inglês a mais um novo aldeamento da moda, numa lógica de sucessão de "garimpeiro" que ao esgotar um filão escava um pouco mais ao lado e assim sucessivamente até à chegar à Falésia.
Estes meninos jogavam a nova versão do Monopólio já sem notas de banco mas com "credit cards", estão agora muito mais próximos do dinheiro virtual. Sinais dos tempos em "Pine Clifs".
Tinha então 12 anos quando passei umas mini férias num aldeamento que ficava algures no meio de um campo de amendoeiras e alfarrobeiras a poucos kilometros da Falésia.
Lembro-me ter sido entre essas alfarrobeiras e os pinheiros que se abeiravam da Falésia, que dei o meu primeiro de um dos poucos galopes a cavalo. Nunca mais esqueço a sensação de planar sobre uma sela na corrida que fizemos até à praia.
A Aldeia das Açoteias tinha um centro de congressos com uma torre de arquitectura estranha, que se erguia sobre as copas dos pinheiros mansos e que me parecia maior que uma catedral.
Foi difícil encontrar a entrada desse aldeamento, a torre do centro de congressos hoje deixado ao abandono parece agora do tamanho da casota de um cão, cresceram paredes e varandas de betão, esconderam as açoteias, não pouparam nem figueiras, nem alfarrobeiras, restam alguns pinheiros que compõem e dão um nome pomposo, agora em inglês a mais um novo aldeamento da moda, numa lógica de sucessão de "garimpeiro" que ao esgotar um filão escava um pouco mais ao lado e assim sucessivamente até à chegar à Falésia.
Estes meninos jogavam a nova versão do Monopólio já sem notas de banco mas com "credit cards", estão agora muito mais próximos do dinheiro virtual. Sinais dos tempos em "Pine Clifs".
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