Portugal não é um país tão pequeno como parece!
Basta-nos para isso optar pelas velhas estradas que ainda passam pelos centros das terras que antigamente serviam também para marcar as viagens por etapas,
parar para desentorpecer as pernas e arrefecer os motores.
Acordei cedo em Chaves e resolvi seguir pela N2 até acabarem os marcos da estrada.
Cheguei 4 dias depois ao Km 737, a escassos metros da placa que marca o limite urbano da cidade de Faro.
“Fiz-me” à estrada” para atravessar Portugal pela N2 numa velha carrinha VW do tempo em que não havia alternativas ao itinerário para quem fosse de Chaves para Faro. Assim não destoava na paisagem nem nos desenhos que fiz pelo caminho!
A N2 segue de norte a sul pelo eixo longitudinal de Portugal, pela sua equidistância foi em tempos, muito antes de ser estrada nacional e de haver automóveis um eixo importante de defesa e de desenvolvimento económico.
Hoje é uma estrada esquecida, cheguei a percorrer dezenas de kilómetros sem me cruzar com ninguém, algumas barragens e vias rápidas atravessaram-se pelo velho caminho, hoje com o dedo no mapa dificilmente conseguimos acompanhar
a totalidade do o seu percurso.
A estrada encontra sempre vias alternativas aos grandes desníveis, caminhando pelos vales e meias encostas, provavelmente para poupar as mulas e os cavalos na era pré automóvel e que agora deram muito jeito aos escassos cavalos do motor da carrinha.
Sendo pequeno, Portugal não será talvez um país que convide a grandes travessias, pelo percurso da N2 pude experimentar um pouco dessa sensação, da melhor forma, devagar numa “pão de forma”.
Ver o filme da primeira parte da viagem Chaves-Viseu no "i" on line aqui!
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Os caminhos que fariam a união das várias regiões do País de norte a sul, pelo seu eixo equidistante entre a fronteira e o mar, terão sido pensados e concretizados durante a segunda metade do séc XIX por Fontes Pereira de Melo, e no século seguinte durante a década de 30 já na era do automóvel pavimentados durante as grandes campanhas de obras públicas realizadas enquanto o Engenheiro Duarte Pacheco foi ministro. Assim foi feita a Nacional 2, estrada com alguma aura mítica talvez por isso mesmo e por ligar Trás-os-Montes ao Algarve. Por ela temos a sensação de voltar a um Portugal imenso, a noção real da riqueza da diversidade paisagística e uma verdadeira sensação de travessia mesmo num país tão pequeno. A N2 poderia ser agora uma rota turística para uma semana de férias, mas não é!
A viagem começa aqui, estaciono a carrinha à noite no parque do Hotel termal em Chaves perto do rio, junto à bica termal pública onde a àgua vem da terra a 70º. De manhã bem cedo fiz um chá instantâneo partilho esta bica medicinal com um senhor que há noite tinha abusado do fígado. A viajem começa assim um chá em Chaves em loiça de esmalte.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Fazia questão absoluta de sair de Chaves pela mais extensa estrada de Portugal que me levaria a atravessar o país todo de lés a lés até Faro, partindo exactamente e de forma emblemática junto ao marco do kilómetro 0, onde tencionava fazer o primeiro desenho "oficial" do caminho.
A coisa começou logo por não correr bem, perdi cerca de uma hora a pé à procura do marco, perguntei a varias pessoas que me desaconselharam a ir por lá, diziam que pela N2 já não vai ninguém, mostravam-me isso sim de forma orgulhosa e convicta os acessos às novas auto estradas mas à cerca do marco nada! Até que me disseram para perguntar ao Engenheiro de uma obra de saneamento porque parecia que alguém teria visto por aí o marco junto do entulho.
Assim foi, o marco mais marcante de todos, aquele que marca o zero e que me daria o tiro da partida para um itinerário que só acabaria na outra ponta de Portugal estava caído como uma pedra tumular junto de escombros e de cadáveres de outras obras, premeditando que, tal como esse sinal de partida o que se seguisse daí para a frente seria por certo uma viagem por um caminho esquecido.
A coisa começou logo por não correr bem, perdi cerca de uma hora a pé à procura do marco, perguntei a varias pessoas que me desaconselharam a ir por lá, diziam que pela N2 já não vai ninguém, mostravam-me isso sim de forma orgulhosa e convicta os acessos às novas auto estradas mas à cerca do marco nada! Até que me disseram para perguntar ao Engenheiro de uma obra de saneamento porque parecia que alguém teria visto por aí o marco junto do entulho.
Assim foi, o marco mais marcante de todos, aquele que marca o zero e que me daria o tiro da partida para um itinerário que só acabaria na outra ponta de Portugal estava caído como uma pedra tumular junto de escombros e de cadáveres de outras obras, premeditando que, tal como esse sinal de partida o que se seguisse daí para a frente seria por certo uma viagem por um caminho esquecido.
domingo, 27 de dezembro de 2009
Ao kilómetro 10 uma placa desbotada pelo tempo não só nos indica o limite urbano de Vidago, como agora parece ser também um sinal nostálgico do "glamour" que esta vila conheceu sobretudo na primeira metade do séc.XX. Tinha um curiosidade acrescida de visitar Vidago, sempre fui um apreciador destas àguas, mas a sensação de desolação senti-a logo assim que cheguei. Vidago desespera na espera que sejam concluídas as tão prometidas obras da sua grande catedral turística, o Palace Hotel que devia ter ficado pronto há dois anos.
Ir às termas é hoje coisa do passado, facilmente associamos essa palavra aos velhos ou aos doentes. Aquilo que foi a principal motivação turística do princípio do turismo no mundo, já não vende, o Hotel Palace de Vidago terá também ele de se reconverter num SPA.
Por vezes basta mudar o nome!
Ir às termas é hoje coisa do passado, facilmente associamos essa palavra aos velhos ou aos doentes. Aquilo que foi a principal motivação turística do princípio do turismo no mundo, já não vende, o Hotel Palace de Vidago terá também ele de se reconverter num SPA.
Por vezes basta mudar o nome!
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
"O texas" como lhe chamavam as gentes da região fez quase sempre a ligação entre Chaves e Vila Real. Em 1910 quando este troço foi inaugurado até 1978 altura em que a automotora a diesel o substitui, foi sempre o velho vapor que ia espalhando fumassa pelo mesmo vale por onde passa a N2, que fazia todo serviço dos aquistas que aqui desciam das carruagens para as termas.
A automotora a Diesel ainda por ali parou até 1990, altura desde a qual a terra parece ter também parado.
A automotora a Diesel ainda por ali parou até 1990, altura desde a qual a terra parece ter também parado.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
O Hotel Salus mais tarde chamado hotel do Golf foi em 1918 a segunda grande construção hoteleira a ser construída em Vidago depois do Palace. Dois grandes testemunhos da prosperidade que o turismo termal conheceu em Vidago durante a primeira metade do séc. XX. A ruína em que se encontra não é de agora, o hotel fechou há 50 anos. Parei a carrinha num antigo acesso que o mato entretanto cobriu, aproximei-me a pé até à monumental porta de entrada, os plátanos que circundam o hotel cresceram tanto que toda a fachada fica agora debaixo dos seus ramos, o vento assobiava entre as folhas e quando estava prestes a entrar no grande hall levantaram-se pássaros, que voaram assustados pelas janelas fora, tal como nas séries dos Pequenos Vagabundos ou nas Histórias dos Cinco.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Passada a Serra do Alvão aproxima-se uma das zonas mais emblemáticas do país, a descida às curvas entre socalcos e vinhas, para o Peso da Régua onde a N2 atravessa a antiga ponte sobre o Rio Douro.
Na impossibilidade de parar nesse troço de estrada estreita e sinuosa, recorri à memória para fazer o desenho.
Na impossibilidade de parar nesse troço de estrada estreita e sinuosa, recorri à memória para fazer o desenho.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
A abertura de um eixo transitável de norte a sul de Portugal pela sua espinha dorsal que fosse equidistante entre Espanha e o litoral, feitas por altura do fontismo (Fontes Pereira de Melo), com intenções estratégicas militares, mas também pela primeira vez com intenções de minimizar os efeitos da interioridade.
Esta fonte é do tempo da abertura desse caminho, pensado para os cavalos e para as diligências, com a mestria de conseguir atravessar as serras do norte, pelos vales e meias encostas, sem nunca descer nem subir muito para não cansar os animais, e ainda apetrechada com uma rede de "estações de serviço" como esta.
Esta fonte é do tempo da abertura desse caminho, pensado para os cavalos e para as diligências, com a mestria de conseguir atravessar as serras do norte, pelos vales e meias encostas, sem nunca descer nem subir muito para não cansar os animais, e ainda apetrechada com uma rede de "estações de serviço" como esta.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
O "Nitrato do Chile" a par com o "Licor Beirão" disputavam em tempos os espaços de melhor visibilidade nas entradas e saídas das terras para se fazerem anúnciar em serigrafia sobre painéis de azulejo. Contratos publicitários ao que parece bastante duráveis 50anos, 100anos?
Ainda restam alguns mas pensava encontrar mais.
Ainda restam alguns mas pensava encontrar mais.
domingo, 13 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Sempre gostei de "road movies" a imagem de estrada está associada à fuga, à liberdade e à ideia que não nos prendemos muito tempo a lugar nenhum, sabemos sempre que daí para
a frente tudo muda.
No entanto esse movimento e a velocidade faz com que as estradas feitas para conectar pessoas provoquem a quem as percorre uma desconecção com a paisagem real que não vemos se não pararmos*.
Hoje paramos para fazer xixi nas áreas de serviço, comemos uma empada, folheamos umas revistas e voltamos ao "road movie" que passa lá fora dos vidros do carro, a paisagem virtual é vista desta forma, mas ainda nos lembramos do tempo em que na estrada o xixi era a céu aberto e aí, inevitavelmente caíamos na realidade da paisagem.
Ouvir o silêncio, o reco reco das cigarras, o vento nas searas, o motor da motorizada que ultrapassamos, ou o zumbir da primeira mosca a chegar.
O tempo de um desenho em lugar nenhum de beira da estrada serve também para isso.
Parar.
*ver livro "duas Linhas" Pedro Costa/Nuno Louro, 2009
a frente tudo muda.
No entanto esse movimento e a velocidade faz com que as estradas feitas para conectar pessoas provoquem a quem as percorre uma desconecção com a paisagem real que não vemos se não pararmos*.
Hoje paramos para fazer xixi nas áreas de serviço, comemos uma empada, folheamos umas revistas e voltamos ao "road movie" que passa lá fora dos vidros do carro, a paisagem virtual é vista desta forma, mas ainda nos lembramos do tempo em que na estrada o xixi era a céu aberto e aí, inevitavelmente caíamos na realidade da paisagem.
Ouvir o silêncio, o reco reco das cigarras, o vento nas searas, o motor da motorizada que ultrapassamos, ou o zumbir da primeira mosca a chegar.
O tempo de um desenho em lugar nenhum de beira da estrada serve também para isso.
Parar.
*ver livro "duas Linhas" Pedro Costa/Nuno Louro, 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
2ºDia pela N2
Não parti com objectivos de kilomtragem, ou de calendário específico para cumprir, fui rolando pela N2 para sul ao sabor do que foi acontecendo procurando gerir as horas de estrada com o tempo para desenhar.
Cumprido o primeiro dia em que atravessei os vales que ligam Chaves a Vila Real, passei por vilas com ruínas que mostram a prosperidade que tiveram em anos há muito passados como Vidago e Pedras Salgadas.
A N2 atravessa depois o Douro pela antiga ponte da Régua e segue até Viseu onde passei a primeira Noite.
É aqui que neste 2º dia retomo a “nacional” que me vai levar até à vila de Góis pouco antes do Km 300.
De Viseu para sul esta estrada entra na região centro particularmente alterada pelo “progresso”, barragens e uma encruzilhada de novas vias rápidas quase roubaram do mapa o velho itinerário. Havia até uma enorme ponte por onde passava a N2 junto à antiga aldeia da Foz do Dão que nos anos 80 ficaram submersas pela barragem da Aguieira. O Dão e o Mondego encontravam-se aqui e apartir dali o Mondego passava a ser navegável até à Figueira da Foz. Talvez por isso a Foz do Dão era também uma terra de fronteira entre a Beira interior e a Beira Litoral.
Torna-se agora mais difícil ter certezas de que vou pela estrada certa, faltam os marcos de estrada, todas as placas me mandam para as “Ipês”. As entradas das terras fazem-se por vias duplas, seguidas de rotundas, plantaram candeeiros que cruzam os céus. No meio de um percurso camuflado lá encontro um plátano ou um cedro que sobreviveu do tempo em que estas arvores serviram para a marcação da velha estrada
e que pelo seu porte ainda me servem agora para confirmar que estou no caminho certo.
(ver aqui o video reportagem do 2º dia pela N2 no "i"on line)
Cumprido o primeiro dia em que atravessei os vales que ligam Chaves a Vila Real, passei por vilas com ruínas que mostram a prosperidade que tiveram em anos há muito passados como Vidago e Pedras Salgadas.
A N2 atravessa depois o Douro pela antiga ponte da Régua e segue até Viseu onde passei a primeira Noite.
É aqui que neste 2º dia retomo a “nacional” que me vai levar até à vila de Góis pouco antes do Km 300.
De Viseu para sul esta estrada entra na região centro particularmente alterada pelo “progresso”, barragens e uma encruzilhada de novas vias rápidas quase roubaram do mapa o velho itinerário. Havia até uma enorme ponte por onde passava a N2 junto à antiga aldeia da Foz do Dão que nos anos 80 ficaram submersas pela barragem da Aguieira. O Dão e o Mondego encontravam-se aqui e apartir dali o Mondego passava a ser navegável até à Figueira da Foz. Talvez por isso a Foz do Dão era também uma terra de fronteira entre a Beira interior e a Beira Litoral.
Torna-se agora mais difícil ter certezas de que vou pela estrada certa, faltam os marcos de estrada, todas as placas me mandam para as “Ipês”. As entradas das terras fazem-se por vias duplas, seguidas de rotundas, plantaram candeeiros que cruzam os céus. No meio de um percurso camuflado lá encontro um plátano ou um cedro que sobreviveu do tempo em que estas arvores serviram para a marcação da velha estrada
e que pelo seu porte ainda me servem agora para confirmar que estou no caminho certo.
(ver aqui o video reportagem do 2º dia pela N2 no "i"on line)
domingo, 6 de dezembro de 2009
A N2 com a construção da Barragem da Aguieira submergiu no princípio da década de oitenta, altura que se começam também a construir as primeiras IPs.
Desde essa década são agora cerca de 18km que se percorrem, perigosamente pela IP3 congestionada com um tráfego louco de TIRs, por pontes e viadutos hoje em condições de segurança duvidosa, sobre o verde calmo das aguas que escondem algures por ali a antiga aldeia da Foz do Dão, (ver aqui como era).
Chegado ao porto da Raiva onde se retoma a velha N2, resolvo antes de almoçar dar um mergulho no Mondego que fazia ali uma pequena praia fluvial, curiosamente sem ninguém.
Uma doze reforçada de bifes de cebolada na esplanada junto ao rio terá sido a recompensa possível da dona do restaurante por ter visto o seu cliente cair no engodo de se atirar ao rio onde sem ser visível desagua o esgoto da aldeia.
Desde essa década são agora cerca de 18km que se percorrem, perigosamente pela IP3 congestionada com um tráfego louco de TIRs, por pontes e viadutos hoje em condições de segurança duvidosa, sobre o verde calmo das aguas que escondem algures por ali a antiga aldeia da Foz do Dão, (ver aqui como era).
Chegado ao porto da Raiva onde se retoma a velha N2, resolvo antes de almoçar dar um mergulho no Mondego que fazia ali uma pequena praia fluvial, curiosamente sem ninguém.
Uma doze reforçada de bifes de cebolada na esplanada junto ao rio terá sido a recompensa possível da dona do restaurante por ter visto o seu cliente cair no engodo de se atirar ao rio onde sem ser visível desagua o esgoto da aldeia.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
"O Espanhol" desde que o Sr. Fernando regressou a Portugal que não é conhecido por outro nome. Fui tirando "nabos da pucara" para me situar quanto à proveniência daquela figura ali sentada à sombra de uma esplanada junto ao Mondego no Porto da Raiva.
Ainda em miúdo deu "o salto" pela mão do pai. Passou a fronteira clandestinamente escapou à guerra colonial, mas não foi longe, ficou logo por ali no país vizinho onde também não prosperou.
Conta o episódio como se fosse o facto mais marcante da sua vida, pela mão do pai e sem qualquer bagagem de mão, mas com os bilhetes comprados de véspera, fingiam esperar alguém no cais de embarque da estação dos comboios.
A PIDE vigiava todas as entradas e saídas dos vagões para impedir o êxodo clandestino, eles fingiram até ao ultimo momento e com o comboio em andamento saltaram para dentro mesmo nas barbas da PIDE.
Durante alguns kilómetros julgaram-se com o caminho livre a uma vida melhor, mas não demorou muito para que fossem dadas ordens ao maquinista para parar o expresso no apeadeiro seguinte. A PIDE entrou e identificou-os com um olhar, mas o agente parece ter reconhecido o mérito engenhoso dos infractores da lei e deixou-os seguir.
Ainda em miúdo deu "o salto" pela mão do pai. Passou a fronteira clandestinamente escapou à guerra colonial, mas não foi longe, ficou logo por ali no país vizinho onde também não prosperou.
Conta o episódio como se fosse o facto mais marcante da sua vida, pela mão do pai e sem qualquer bagagem de mão, mas com os bilhetes comprados de véspera, fingiam esperar alguém no cais de embarque da estação dos comboios.
A PIDE vigiava todas as entradas e saídas dos vagões para impedir o êxodo clandestino, eles fingiram até ao ultimo momento e com o comboio em andamento saltaram para dentro mesmo nas barbas da PIDE.
Durante alguns kilómetros julgaram-se com o caminho livre a uma vida melhor, mas não demorou muito para que fossem dadas ordens ao maquinista para parar o expresso no apeadeiro seguinte. A PIDE entrou e identificou-os com um olhar, mas o agente parece ter reconhecido o mérito engenhoso dos infractores da lei e deixou-os seguir.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
É no Porto da Raiva que se retoma a N2 depois de alguns kilometros feitos hoje inevitavelmente pela IP3, a mais fatídica estrada de Portugal que apagou do mapa 18km do troço da N2 que ligava Sta Comba Dão à Raiva. Apagada do mapa ficou também esta pitoresca aldeia beirã que se chamava a Foz do Dão, aldeia piscatória lindíssima, parada no tempo até ao início da década de 80 por se saber que mais cedo ou mais tarde iria submergir debaixo das àguas de uma Barragem prevista que se veio a chamar de Aguieira, construída em 1981.
A N2 passava por ali, às curvas entre vales e pinhais, descendo até atravessar o rio junto à aldeia, por uma monumental Ponte chamada Salazar que permanece hoje igualmente submersa, construída em 1935 pelo então Ministro das obras públicas Duarte Pacheco.
Desenho feito a partir de uma fotografia antiga da Foz do Dão
A N2 passava por ali, às curvas entre vales e pinhais, descendo até atravessar o rio junto à aldeia, por uma monumental Ponte chamada Salazar que permanece hoje igualmente submersa, construída em 1935 pelo então Ministro das obras públicas Duarte Pacheco.
Desenho feito a partir de uma fotografia antiga da Foz do Dão
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