segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Tudo passa na estrada e tu se passa na estrada! O campo e a cidade em Moçambique estão ainda perfeitamente demarcados, mas ao longo da estrada não se anda muito sem que se aviste gente, mesmo ao parar o carro em lugar nenhum aparece sempre alguém. A estrada é uma oportunidade para o pequeno comércio, há jerricans laranja para todos os preços dependendo tanto do transporte como da distancia à bomba mais próxima, que certamente terá já esgotado a gasolina para que o comércio paralelo se possa fazer.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Sim este sou eu!
Foi o melhor que o Eliseu (segundo a contar da esquerda no desenho anterior) conseguiu depois de lhe ter passado o meu caderno com a caneta de pincel e ficar bem quietinho a posar para ele. Uma simples paragem para matar a sede e comer uma conserva numa cantina de beira da estrada valeu inesperadamente um dos momentos mais expontâneos e interessantes do documentário de Angola à Contra Costa.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
O desenho anterior fez juntar uma pequena multidão de crianças curiosas; desenhar tem o efeito magnético de atrair pessoas e de as juntar no fascínio e na surpresa de ver quem descobre primeiro as formas que de uma maneira quase mágica se vão revelando. Queriam ficar todas no boneco, acotovelavam-se para caberem na dupla página do pequeno formato do caderno, no fim fui eu quem pousou para uma delas.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
De quem seria esta casa?
"É uma casa portuguesa com certeza, é com certeza uma casa portuguesa", não cheguei humildemente a bater à porta porque teria também de bater à porta a tantas outras inabitadas, abandonadas, degradadas, desventradas mas também conservadas como esta, ainda dos anos 40 num estilo "português suave", com pequenos "tiques" modernistas.
Quem viveu ali? não sei precisar a rua de Quelimane mas se alguém através deste blog souber que o diga e conte aqui a sua história. Nunca vivi em África mas enquanto esta casa se ia fazendo no papel fui também fazendo a minha história: o pai trabalhava nos caminhos de ferro era funcionário público ia almoçar a casa: a mãe, de 3 filhos, doméstica, da janela da sala chamava os miúdos que brincavam na rua em frente quando o almoço estava na mesa: a empregada abria sempre à mesma hora o portão que lhe dava pela cintura para que o patrão pudesse pôr o carro debaixo do alpendre do quintal: o patrão tinha um Datsun creme com o qual regressava ao trabalho após a sesta do almoço.
Agora como antes, tenho a certeza que se humildemente batesse à porta, sentava-me à mesa com quem quer que ali viva ou tivesse vivido.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Há bicicletas por todo o lado em Moçambique, vêm do oriente especialmente da Índia onde este modelo "pasteleira" idêntico às conhecidas em Portugal, fabricadas na já extinta indústria de Agueda, copia prefeita do design e dos materiais das famosas bicicletas inglesas "Raleigh" difundidas especialmente por todo império britânico desde o início do séc.XX. Curiosamente, em Angola praticamente não se viam bicicletas, talvez o terreno minado tenha afastado uma geração dos hábitos do pedal, as poucas existentes são agora essencialmente para fins recreativos ou utilizadas para pequenos trajectos restritos ao meio urbano e os modelos são idênticos aos que se encontram nas grandes superfícies sem "pedigree" nem interesse documental. Este é um modelo marca Hercules de roda 28 toda em ferro indestrutível de fabrico Inglês, marca que, apenas hoje sobrevive e exporta a partir da India que fica logo ali do lado de lá do Índico.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Chego a Quelimane no dia dos meus anos, comemore-se ou não é sempre um dia de alguma introspecção, mais ainda se torna quando se está longe da família e dos amigos mais próximos. Na frente da Catedral Velha, abandonada ainda durante o tempo colonial, corre conforme as marés ora para jusante ora para montante o Rio Quá-qua ou Rio dos "Bons Sinais" como lhe chamou Vasco da Gama, porque parece que foi na sua foz que o descobridor cerca de 400 anos antes de Capelo e Ivens terem ali chegado mas dessa vez por terra, tenha recebido informações sobre o piloto que o poderia guiar até à India. A maresia doce do Índico que o rio transporta durante a enchente chega a Quelimane bem diferente da tão nossa conhecida do atlântico , assim como, também a luz a humidade e as próprias gentes.
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