Basta-nos para isso optar pelas velhas estradas que ainda passam pelos centros das terras que antigamente serviam também para marcar as viagens por etapas,
parar para desentorpecer as pernas e arrefecer os motores.
Acordei cedo em Chaves e resolvi seguir pela N2 até acabarem os marcos da estrada.
Cheguei 4 dias depois ao Km 737, a escassos metros da placa que marca o limite urbano da cidade de Faro.
“Fiz-me” à estrada” para atravessar Portugal pela N2 numa velha carrinha VW do tempo em que não havia alternativas ao itinerário para quem fosse de Chaves para Faro. Assim não destoava na paisagem nem nos desenhos que fiz pelo caminho!
A N2 segue de norte a sul pelo eixo longitudinal de Portugal, pela sua equidistância foi em tempos, muito antes de ser estrada nacional e de haver automóveis um eixo importante de defesa e de desenvolvimento económico.
Hoje é uma estrada esquecida, cheguei a percorrer dezenas de kilómetros sem me cruzar com ninguém, algumas barragens e vias rápidas atravessaram-se pelo velho caminho, hoje com o dedo no mapa dificilmente conseguimos acompanhar
a totalidade do o seu percurso.
A estrada encontra sempre vias alternativas aos grandes desníveis, caminhando pelos vales e meias encostas, provavelmente para poupar as mulas e os cavalos na era pré automóvel e que agora deram muito jeito aos escassos cavalos do motor da carrinha.
Sendo pequeno, Portugal não será talvez um país que convide a grandes travessias, pelo percurso da N2 pude experimentar um pouco dessa sensação, da melhor forma, devagar numa “pão de forma”.
Ver o filme da primeira parte da viagem Chaves-Viseu no "i" on line aqui!