segunda-feira, 11 de maio de 2009

Fazia exactamente 30 anos que não passava ali.
Tinha então 12 anos quando passei umas mini férias num aldeamento que ficava algures no meio de um campo de amendoeiras e alfarrobeiras a poucos kilometros da Falésia.
Lembro-me ter sido entre essas alfarrobeiras e os pinheiros que se abeiravam da Falésia, que dei o meu primeiro de um dos poucos galopes a cavalo. Nunca mais esqueço a sensação de planar sobre uma sela na corrida que fizemos até à praia.
A Aldeia das Açoteias tinha um centro de congressos com uma torre de arquitectura estranha, que se erguia sobre as copas dos pinheiros mansos e que me parecia maior que uma catedral.
Foi difícil encontrar a entrada desse aldeamento, a torre do centro de congressos hoje deixado ao abandono parece agora do tamanho da casota de um cão, cresceram paredes e varandas de betão, esconderam as açoteias, não pouparam nem figueiras, nem alfarrobeiras, restam alguns pinheiros que compõem e dão um nome pomposo, agora em inglês a mais um novo aldeamento da moda, numa lógica de sucessão de "garimpeiro" que ao esgotar um filão escava um pouco mais ao lado e assim sucessivamente até à chegar à Falésia.
Estes meninos jogavam a nova versão do Monopólio já sem notas de banco mas com "credit cards", estão agora muito mais próximos do dinheiro virtual. Sinais dos tempos em "Pine Clifs".

2 comentários:

Li Ferreira Nhan disse...

"E assim caminha a humanidade..."
Boas são as memórias que nos restam, essas ninguém as toma.
Belo registro!
Li

Unknown disse...

Nostálgico o desenho e as palavras, este caminhar lento para o fim (palavra tabu!) aumenta sempre o sentimento de saudades do passado...