quinta-feira, 18 de março de 2010

Cerca de meia centena de pessoas, carcavelenses, ex carcavelenses, curiosos vindos de outras paragens alguns também armados de caderninhos para desenhos de caminho, como o Eduardo e o Filipe invadiram o pátio de uma das casa populares centenárias na Rebelva.
O pátio já foi também eira, assenta sobre uma única laje natural onde se foram acomodando as pessoas para a primeira lição.
Os caminhos da água começavam ali, a laje sólida que servia de palco à palestra, fora durante séculos polida e trabalhada pela erosão provocada pelos agentes naturais. Daí até à praia a água foi encontrando os seus caminhos, por aí conseguimos reconstituir um pouco do que terão sido os primeiros núcleos urbanos. Da morfologia à geologia, às cores da terra do barro e da pedra, das vinhas ao generoso vinho de Carcavelos, das velhas quintas de regalo aos empreendimentos Salvação Barreto e à floresta de betão que lhes seguiu, daí foi um passinho, até que as vias rápidas cortassem a toda a velocidade as quintas aos pedaços, tudo ou quase tudo também neste pequeno pedaço de história que foi a minha geração e o tempo em que aqui vivo.

6 comentários:

Filipe LF disse...

Grande João,
se bem te lembras conhecemo-nos pessoalmente nesse dia, até foi engraçado. Um passeio memorável, registado com desenhos magníficos.
Abraço

Vera disse...

Oh...Sr. Professor...é favor divulgar estas iniciativas! Aqui em casa gostamos de saber destas coisas :-) ainda por cima mesmo ao pé de casa...
vá lá - catarinalima2@hotmail.com/vera.b.lima@gmail.com.
Guarda e avisa!!!
Bjs

Álex disse...

é isso mesmo eu tb quero ser informada ; )

Isabel disse...

desenhos maravilhosos como sempre. adorei a historia

João Catarino disse...

Olá Vera e Álex este passeio foi no ano passado no âmbito da comemorações do centenário dos Bombeiros de Carcavelos que será para o ano.
"A Lição" foi dada pelo meu Pai Fernando Catarino se houver mais comunico.
Bjs obrigado

Lourdes disse...

Olá, João!
Também eu o conheci nesse dia,desde logo me apercebi que tínhamos algo de comum. O amor ao desenho e à terra onde eu nasci e vivo, e ao que sei também foi aqui que construiu a sua identidade.
Já fez o favor de colaborar comigo na escola onde lecciono, para que os meus alunos apreendessem mais sobre o diário gráfico.

Hoje ao ver este seu post saltou-me mais uma vez à ideia de pedir a sua colaboração sendo nosso convidado, desde já desculpe o atrevimento, numa "Noite com Poemas" de que eu e o meu marido somos organizadores.
Porque não um olhar poético de lugares através do desenho.

Um abraço Lourdes Calmeiro