domingo, 30 de dezembro de 2012
A saída atrasada de Luanda já perto da hora do almoço implicou um andamento rápido e sem paragens até Benguela. Esperava-nos pouco mais de 400 quilómetros pela frente, cerca de sete horas de viagem que não cabiam nas horas que restavam do dia. Todas as advertências dadas para não se viajar de noite começaram por não se cumprir. Paragens obrigatórias a sul de Luanda como o Miradouro da Lua ou Cabo Ledo a sul do Kwanza, baía imperdível onde as ondas partem de uma forma perfeita e regular para a esquerda com a possibilidade de serem surfadas por mais de 500 metros, foram com muita pressa e frustração ignoradas. A noite caiu brusca e tormentosa antes de chegar ao Lobito com uma tempestade tropical que mal deixava ver o caminho e nos tornava vulneráveis a todos os perigos reais que aqui estrada representa, pouco tempo adiante à chegada a Benguela já com tempo seco, a amabilidade de um motociclista que nos conduz ao hotel faz-nos perceber que chegamos a uma outra Angola, bem mais calma e aprazível que a que tinha-mos deixado na hora do almoço. Benguela tem uma arquitectura e o encanto de uma cidade algarvia antes da euforia turística, como neste charmoso de um certo gosto colonial-nostálgico Clube da Praia Morena onde apesar da hora tardia amavelmente ainda nos serviram o jantar.
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Um comentário:
"Benguela tem uma arquitectura e o encanto de uma cidade algarvia antes da euforia turística, como neste charmoso de um certo gosto colonial-nostálgico Clube da Praia Morena onde apesar da hora tardia amavelmente ainda nos serviram o jantar."
Pumba! Agora além dos desenhos temos nacos de prosa deste calibre...
O homem também tem de apostar na literatura, está-se a ver.
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