sexta-feira, 31 de julho de 2009

Como diz o "pintarriscos"de facto já não existem muitos espaços assim e este em breve também vai deixar de o ser. A barbearia fica situada provavelmente no metro quadrado mais caro de Portugal, terá sido essa eventualmente a razão da sua sobrevivência, assim como é agora a razão da sua sentença.
O prédio junto à Brasileira, parece que já foi comprado por uma empresa mobiliaria italiana, o Sr. Delgado (peço desculpa chamei-lhe Magalhães na postagem anterior) já só está à espera do dia em que chegue o senhorio para lhe pedir as chaves definitivamente.
Provavelmente para os italianos transformarem o espaço em mais um do que quer que venha a ser, certamente ultra "clinic design"!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Enquanto espero que o assento vage, assisto aos preparativos para a chegada de mais um cliente. A escova passa apressada pela bancada e pelo trono, acredito que qualquer homem que ali se sente, sente-se de facto como um rei!
As cadeiras são enormes, quando subimos para elas o ego sobe também, os pés descansam num enorme estribo tal como numa "Harley" com selim de couro e tudo!
Pelo jogo de espelhos o senhor Magalhães controla se tudo está operacional.
É ele que a seguir me vai cortar o cabelo.
O Sr. delgado tem um carinho especial por tudo aquilo, conta que quando lhe trespassaram a barbearia foi descobrindo estas peças que andavam por aí esquecidas nas gavetas, juntou tudo na vitrine da entrada que hoje mostra com um orgulho de coleccionador.
-" Já me ofereceram muito por isso que tenho aí mas eu não vendo!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Mesmo num Mercedes as condições para um desenho feitas a partir do banco de trás de um táxi são difíceis. Nesta corrida aos arranques e travagens entre o Castelo e as Amoreiras ansiava por sinais vermelhos de forma a haver algumas tréguas dos solavancos, mas também não muitas, não fosse o táximetro mostrar que o desenho me estava a sair demasiado caro!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sentado nestas cadeiras do restaurante "Sem Fim" dava para ver ao longe o percurso que haveria-mos de fazer à chapa do sol, de caderninho na mão até Monsaraz.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O atalho que sobe para Monsaraz poupa algumas curvas à estrada só dá para ir a pé, mas vale a pena! É uma bela aproximação à terra.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Acabada a caminhada pelo monte a cima escolhi os caminhos da sombra para me ir encostando e desenhando.
Após um almoço aligeirado este foi o desenho do pico do calor.
Valeu uma parede á sombra de cal fresca para me encostar. Estavam lá mais uns quantos a fazer o mesmo!

sábado, 18 de julho de 2009

Era o princípio do mês de Maio que pela porta se adivinhava solarengo. Terminado o Encontro de Diários Gráficos em Monsaraz, é lá que ainda acordo na manhã seguinte. Quando todos já tinham ido, este amigo entrou sem cerimónias nesta casa que era afinal mais sua do que minha e juntou-se ao pequeno almoço do dia dos anos anos comigo.

terça-feira, 7 de julho de 2009

No tempo em que os nossos pais tinham carros assim, viajávamos no banco de trás a perguntar constantemente quantos kms faltavam.
Aquela recta da (EN)259 era paragem obrigatória de qualquer família na ida ou na vinda de férias do Algarve.
Sabia-mos que na altura de desentropecer as pernas, estávamos sensivelmente a meio caminho.
Lembro-me das advertências e dos cuidados para atravessar a estrada. Quem não parava, passava a todo o gás, os camiões faziam uma deslocação de ar que quase nos arrancava os sapatos do passeio e ouvia-se o silvo das grelhas dos automóveis
a cortarem o vento. Muitas famílias perderam aí a vida, na ânsia de um Cozido à Portuguesa ou de um barquinho de pinhões.
Em meados dos anos 90, com a finalização do ultimo troço da (A)2, o Canal Caveira morreu, chegou a parecer uma cidade fantasma dos filmes de cowboys ou a recta da meta de um autódromo abandonado.
Hoje paradoxalmente graças à crise parece reanimar. Algumas famílias para fugir à portagem regressaram à 259. Eu fiz o mesmo, as portagens são um roubo, além disso este modelo 1600 que saíu em 1970 das linhas de montagem do Batista Russo em Vendas Novas, está muito mais habituado a qualquer (EN) do que a uma (A) ou (IP).

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Encadernação artesanal 20 x 15cm feita durante o curso do CIEAM2009, papel de algodão fabriano 200g, de grão fino, ou seja a fina flor dos papeis para fins de diário gráfico, um autêntico luxo!
A dificuldade está em perder o respeito ao papel e arrancar com um desenho sem poder arrancar o papel!
Os cantos reforçados a verde determinaram que este viria a ser um caderno de campo e não um diário gráfico!
Assim foi, o caderno foi começado e acabado numa só semana de grande intensidade de desenhos durante a expedição ao Parque Natural da Ria Formosa para a qual fui convidado a integrar com o Grupo do Risco orientado pelo ilustrador científico Pedro Salgado.